Estamos o tempo todo recebendo e processando comida, informações e situações, já reparou?
O mundo que vivemos hoje é esse: a era da “ingestão”.
Como gerir melhor o nosso tempo e a nossa vida, se a gente não ingere menos?
Precisamos o tempo todo consumir e nos alimentar de algo e, de quebra, ter uma dose a mais de energia pra dar conta de tudo!! Eu inclusive brinco que as pessoas não querem uma injeção de ânimo, elas querem mais uma “ingestão de ânimo”.
No mundo físico, alimento é matéria, mas no mundo emocional e mental, alimento é amor, carinho, atenção, conforto, conhecimento, sucesso, alegria, etc.
Muitas vezes nos alimentamos por outras razões que não a fome. Comemos para provar, expressar, evitar, controlar ou reprimir algo. Fica cada vez mais confuso digerir tantos pensamentos e sentimentos!!
Dessa forma engordamos.
Nos tornamos cheios de objetos e não de vida. Passamos a ser uma coisa, um receptáculo fechado ao fluxo de energia. Recebemos, mas não processamos.
A gente não digere as notícias ruins dos telejornais, os problemas que acontecem em casa, as cobranças ou os relacionamentos no trabalho. A gente não digere direito uma crítica, uma morte repentina ou alguém que decidiu sair da sua vida. A gente não digere um amor não correspondido, a intolerância e a impaciência das pessoas e a corrupção que assombra nosso país.
Diante de tudo isso, a vida se torna indigesta.
Acumulamos peso de alguma situação que estamos vivendo ou querendo fugir. Acumulamos os problemas do trabalho, de casa e da família. Acumulamos funções. Queremos ser multipotenciais. Queremos dar conta de tudo. Muitas vezes também queremos controlar tudo. Com isso, nosso corpo físico adoece. Ou simplesmente acumula várias barreiras para enfrentar o mundo e todas essas situações.
É muita informação pra processar, não é mesmo?
E é por isso, que o metabolismo ou a nossa imunidade caem. O corpo desacelera. Foge da pressa. Quer fazer pausas. Quer que a gente olhe pra ele com mais carinho. Quer que a gente receba menos ou doe mais, liberando pra fora tudo o que colocamos pra dentro.
Há os que conseguem aguentar por mais tempo e até aqueles que preferem uma vida frenética. Eu mesma já fui assim. Já vivi no 220V e me estourei. Tomei consciência pela dor. Esperei que meu corpo gritasse pra que eu pudesse ouvi-lo.
Hoje eu entendo que o mundo tem o seu ritmo, assim como cada um tem o seu. E que é uma questão de escolha nos colocarmos em uma cadeia ecológica de saber ingerir, processar e repassar. De ganharmos consciência do que realmente nos alimenta ou é fonte de alimento.
Sem dúvida, é um grande desafio, mas não é algo impossível.
Da próxima vez que algo não “te cair bem” ou “pesar o seu estômago”, caia na real e pese o que de fato você não está digerindo.
Vai por mim. =)